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Novo número da Kairós

  • 8 Julho, 2020

Acaba de ser publicado o novo número da Kairós (N.º 6 | Verão de 2020). O boletim tem como objetivo dar a conhecer as diferentes pesquisas desenvolvidas pelo investigadores do CEAACP. Abaixo segue o editorial, e a revista pode ser consultada aqui.

 

EDITORIAL

Nos [Territórios da Arte], M. Simões pensa a janela – esse lugar que não é dentro nem fora – como limiar. Um lugar que, como escreve a autora, abre o ser à permanência de um lugar marginal, provisório e fragmentado, simultaneamente sintetizador de vivências, experiências e de emoções. Partindo das representações dos séculos finais da Idade Média e início da Idade Moderna, o projeto In limine procura refletir sobre esses fragmentos de vida à janela, em que o exercício de olhar se faz de fora para dentro. Na mesma secção, M. L. Craveiro traça a trajetória dos Colóquios do Convento de Cristo (CCC) e a sua consolidação enquanto interface internacional de cooperação científica, artística e cultural, o qual se tem vindo a afirmar como importante plataforma de exploração/formação/divulgação de um imenso universo cultural e patrimonial. P. A. Fernandes apresenta a sua dissertação de doutoramento dedicada aos ritmos e realização da expansão auturiano-leonesa. Incidindo sobre um território compreendido entre os rios Douro, Mondego e Vouga, e numa cronologia precisa balizada entre meados do século IX e finais do século X, trata-se de um estudo que procura nos vestígios materiais a face mais visível daquela expansão.

[Traços das Heranças] abre com o projecto interdisciplinar Invisible Woods e apresenta a sua aplicação em cinco casos de estudo. Considerado pioneiro em Portugal, trata-se de um projeto que promove a sensibilização não só da arqueologia e da história da arte, mas também da engenharia e da arquitectura, para a importância da dendocronologia como fonte de informação e, consequentemente, para a importância da recolha de madeiras (históricas) para datação. V. Ribeiro escreve sobre O Programa de Renovação Rural (1960-1974) durante o período do Estado Novo. Associado ao mito de vocação rural, mas também de vocação para a pobreza, veiculado pela propaganda salazarista, o programa tinha como objectivo a renovação e o ressaneamento rural. Através de um arquivo de imagens-notas, o autor apresenta alguns dos casos de intervenção do programa. Invocando a estação do ano em que nos encontramos, e que dá mote ao presente número da Kairós, J. Encarnação escreve-nos sobre o Verão na Epigrafia Romana, explorando as referências ao Verão (Aestas) na documentação epigráfica, a maioria das quais surgem, como salienta o autor, em mosaicos associados ao tema das estações.

O Verão nos mosaicos romanos, pela mão de J. Alarcão, inaugura os [Arquivos da Terra]. A partir da figura feminina, radiosa e coroada, do Verão, presente num dos mosaicos da Vila Romana do Rabaçal, J. Alarcão descreve os motivos e os atributos desse género de representações, bem como a circulação das mesmas e de seus artistas pelo Império. Por sua vez, J. P. Bernardes apresenta o Projecto Balsa – projeto integrado entre o CEAACP e o Centro de Ciência Viva de Tavira -, o qual delineia uma metodologia de estudo, de cariz multidisciplinar, para a cidade romana e portuária de Balsa, considerada um dos mais importantes sítios arqueológicos do sul de Portugal. Por último, A. Faustino de Carvalho escreve sobre a gruta-necrópole neolítica do Algar, situada na Serra de Montejunto. Numa Gigantesca Mamoa aborda a singularidade da escavação deste impressionante sítio arqueológico, correlacionando, simultaneamente, a heterogeneidade dos seus vestígios materiais com possíveis padrões populacionais; um lugar singular que, mais do que uma necrópole, congregaria as comunidades neolíticas instaladas na planura megalítica de de além-Tejo.

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